Aécio virou arroz de festa no baile da PF

Aécio Neves perdeu o chão ao ser divulgada, em maio de 2017, a gravação em em que acenava com favores e pedia grana ao empresário Joesley Batista. A repercussão foi enorme na imprensa e nas redes sociais. Antes mesmo desse flagrante qualquer suspeita ou acusação contra Aécio se amplificava em intensas polêmicas e virava alvo da artilharia do PT e de seus aliados.

De lá para cá, mesmo tendo conseguido se eleger deputado federal, o processo de encolhimento de Aécio foi contínuo. De vez em quando vira notícia por alguma proposta ou medida da Polícia Federal, Ministério Público e STF. Cada vez com menos alarde.

Nessa terça-feira (11), com autorização do Supremo, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento de Aécio em Ipanema e em sua casa em Belo Horizonte. Batizada de Operação Ross — maior plataforma de gelo do mundo —, faz parte da investigação de que a campanha presidencial de Aécio, com financiamento da turma do Friboi, comprou por valores milionários os apoios de vários partidos. Além de Aécio, sua irmã Andréa Neves e o primo Frederico Pacheco, foram alvos os senadores Antonio Anastasia (PSDB) e Agripino Maia (DEM) e os deputados Paulinho da Força (Solidariedade), Cristiane Brasil e Benito Gama, ambos do PTB.

A notícia bombou na mídia pela manhã e obteve alguma repercussão nas redes sociais. Durou pouco. Nem havia mais interesse de petistas e aliados de explorar o assunto — talvez porque Lula, Dilma e o PT também são acusados de compra de partidos —, nem há mais quem defenda Aécio nos embates nas redes sociais. O assunto sequer foi tratado no site do PT. Também foi ignorado pelo site tucano, nenhum apoio do partido. Pelo contrário, o que se ouve no ninho é que Aécio continua esticando a corda ampliando o desgaste do PSDB. “Ele provocou o furacão e escapou da tempestade”, criticou o senador Cássio Cunha Lima. Deputados e senadores do PSDB ameaçam até expulsar Aécio na expectativa de que ele finalmente se afaste do partido, no mínimo peça uma licença. Sem esse respaldo tucano, sobrou a Aécio a autodefesa.  Ele atacou os delatores que teriam, em busca de imunidade penal, falseado informações, dando aparência de crime a algo lícito, legal. “Não houve nenhuma ilicitude”, afirma, sem conseguir eco nem entre os correligionários.

Já os sites do PTB e do Solidariedade saíram em defesa de seus dirigentes

Parece que a adoção de medidas contra Aécio Neves — antes motivo de crise entre poderes e a famosa amarelada do STF — virou corriqueira. Se um ano atrás, a suspensão do mandato de Aécio foi traumática, o fato de a PF pedir agora a sua prisão — e a recusa do ministro Marco Aurélio Mello — foram recebidos com naturalidade.

Mesmo que o próprio Aécio não aceite e proteste contra as medidas autorizadas pelo STF.  E

Aécio Neves parece ter virado arroz de festa nas investigações sobre corrupção.

A conferir.

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