A concorrida disputa pelo apoio do PSB na sucessão presidencial

Durante a pajelança em Contagem, a pretexto de mais um lançamento da candidatura Lula, o PT resolveu correr atrás do prejuízo entre seus tradicionais parceiros na esquerda. Vinha perdendo terreno com a tática de empurrar com a barriga os acertos com aliados, desde que o próprio Lula travou a discussão sobre candidaturas alternativas. A dificuldade do PT, sabendo que Lula está fora do páreo, mas sem poder avançar o sinal, é como fazer para as negociações não ficarem meio capengas.

Carlos Siqueira, presidene do PSB, e Marcio França, governador de São Paulo

Mesmo assim, o partido decidiu seguir o exemplo do PDT, para facilitar o caminho de Ciro, e, por ampla maioria de votos, aprovou a subordinação de candidaturas e alianças estaduais à estratégia política nacional. Quer dizer, ambos os partidos estão dispostos a remover qualquer obstáculo a uma aliança nacional com o PSB. A depender do arranjo, pode mexer nas composições eleitorais em Pernambuco, Brasília, Minas Gerais… Ciro Gomes tem acenado com a vaga de vice-presidente para Márcio Lacerda, ex-prefeito de Belo Horizonte, no momento candidato a governador de Minas Gerais. Setores petistas também já falam em fazer a mesma oferta da vice para Lacerda.

Governador Rollemberg. Foto Pedro Ventura/Agência Brasília

Há mais presidenciáveis no páreo. Marina Silva também voltou a flertar com o PSB. Depois da Rede romper com os governadores Paulo Câmara e Rodrigo Rollemberg, o PSB já a descartava como parceira eleitoral. Mas com seu bom desempenho no Datafolha, ela se sentiu com cacife para manifestar seu interesse parceria com o PSB, partido pelo qual, depois da morte de Eduardo Campos, concorreu na eleição presidencial em 2014.

A forte seção do PSB em São Paulo, liderada pelo governador Márcio França, nem parece abalada com o mau desempenho de Alckmin nas pesquisas eleitorais. Mantém firme o apoio ao tucano. Álvaro Dias também tem um naco no partido e diz que a aliança com o PSB é uma de suas prioridades.

Como se todo esse quadro interno não estivesse suficientemente complicado, há no PSB quem ainda aposte na volta de Joaquim Barbosa. Dizem que, durante sua viagem à China e ao Japão, ele estaria refletindo sobre a situação política no país.

Com tantas opções, o PSB pode ficar sozinho. Dar prioridade a eleições regionais e liberar o apoio na sucessão presidencial.

A conferir.

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